quinta-feira, 15 de janeiro de 2009


Romantismo
Romantismo foi um movimento cultural que surgiu inicialmente na Grã-Bretanha e na Alemanha, como reacção ao culto da razão do Iluminismo, um pouco mais tarde em França, nos países do sul e na Escandinávia espalhando-se depois por toda a Europa e Estados Unidos da América. É um estado da sensibilidade europeia entre finais do séc. XVIII e princípios do séc. XIX. O seu nome deriva de "romance" (história de aventuras medievais), que tiveram uma grande divulgação no final de setecentos, respondendo ao crescente interesse pelo passado gótico e à nostalgia da Idade Média.
Foi originalmente um movimento de facto revolucionário que adoptou as ideias políticas e filosóficas elaboradas pelo século das Luzes: livre expressão da sensibilidade e afirmação dos direitos do indivíduo. Mas o romantismo, para lá da sua oposição à estética clássica, quer revelar a parte do homem oculta pelas convenções estéticas e sociais.
Muito variada nas suas manifestações, essencialmente ao nível da literatura e das artes plásticas, esta corrente sustentava-se filosoficamente em três pilares: o individualismo – tendência para se libertar de toda a obrigação de solidariedade para pensar só em si, egoísmo –, o subjectivismo – tendência para afirmar a prioridade do subjectivo sobre o objectivo – e a intensidade. Contra a ordem e a rigidez intelectual clássica, os artistas românticos imprimiram maior importância à imaginação, à originalidade e à expressão individual, através das quais poderiam alcançar o sublime e o genial.

sábado, 8 de novembro de 2008



Poema de Fernando Pessoa
Liberdade
Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro pra ler
E não o fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
O sol doira
Sem literatura.
O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa...
Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.
Quanto é melhor, quando há bruma.
Esperar por D.Sebastião,
Quer venha ou não!
Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.


O livro que escolhi é O irmão de Joana, de Maria Teresa Maia Gonzalez. É um livro que retrata, infelizmente, um tema muito actual, o racismo, e talvez tenha sido por essa razão que o achei interessante e o escolhi para ler e para apresentar no meu blog. Uma colega aconselhou-me a lê-lo e foi uma boa escolha, tou a gostar bastante de o ler.

Domingos, a personagem principal, é um mulato de dezasseis anos de idade que nasceu em Angola e que vive em Lisboa com os pais adoptivos, estes de raça branca.

Ele e a irmã, Joana, são o núcleo afectivo da familia. Tal como muitos rapazes e raparigas de cor, domingos vai viver a terrivel realidade da diferença, transportando em si essa carga demasiado pesada que só pode aligeirar com um grito desarticulando justiça.

Domingos chega a uma certa altura que se revolta, afirmando não saber quem é nem de onde vem, perguntando também o que está ele ali a fazer. Isto até encontrar o seu amor chamado Noor, uma rapariga indiana, tao bonita por dentro como por fora, que o destino pôs no seu caminho para que ele, sem perder as suas origens, não curtisse mais o silêncio dos despejados da sorte.

Com este tema tao actual como comovente a autora põe o dedo na ferida que muitos fingem curar.